sábado, 17 de outubro de 2009

Nasce um prodígio...


O F.C Porto venceu, como lhe competia, a formação do Sertanense pelos já habituais 4-0. Pelo terceiro ano consecutivo o Sertanense foi presenteado com um adversário do gabarito do F.C Porto e, pese embora o resultado desportivo nunca lhes tenha sido favorável, no que diz respeito à "tesouraria" a conversa já é outra...

Falando do jogo em si, pouco há a dizer. Em vésperas de "Champions League", Jesualdo apostou num "onze" bastante jovem e nem isso abalou a dinâmica e "bitola" vencedora do F.C Porto. O vencedor estava anunciado já antes do próprio jogo e pode-se dizer que o mesmo se aplicava ao jogo do Benfica. Apenas uma "catástrofe" (no sentido figurado, obviamente) impediria que os eternos "rivais" prosseguissem na sua "caminhada" rumo ao Jamor.

Para este jogo foram escalados oito jogadores dos sub-19, mas foi sobre um em particular que recairam todos os holofotes da partida. Falo precisamente de Sérgio Oliveira. Ainda com 17 anos e perante a forma madura e descomprimida com que se exibiu num Estádio do Dragão bem composto, é mais que seguro afirmar que estamos na presença de um valor seguríssimo do futebol Português. Verdadeiramente um prodígio. Os seus 17 anos não o impediram de realizar uma série de passes de ruptura, de ser o autor de túneis e mais túneis aos adversários directos e de tentar, sem receios, o remate do "meio da rua". Chegou por diversos momentos a estar perto do golo. Conseguiu tudo isto ladoa lado daqueles que seguramente eram considerados como os seus ídolos.

Porém, o seu repertório não fica completo sem antes oferecer de "bandeja" o quarto golo a Hulk, através de um passe de calcanhar absolutamente decisivo. Está feito sem dúvida o destaque maior da partida de hoje. "Nasceu" um craque...

No entanto, houve uma série de ilações excelentes que se podem retirar desta partida. Destaco em particular as exibições de Hulk, Farías (pelos golos), do estreante Prediger e de Valeri.

Em relação a Hulk, creio que os adjectivos começam a ser curtos para tamanho talento. É uma verdadeira "força da Natureza" e como reflexo disso basta assistir aos momentos finais do jogo em que os seus marcadores directos simplesmente já não se conseguiam levantar com as "malditas" caimbras. Adiante. O próximo destaque vai para Farías, que volta a aproveitar cada minuto precioso que Jesualdo lhe concede. Foram apenas mais dois golos que concretizou, num registo que revela uma invejável eficácia atendendo, sobretudo, ao número de jogos (incompletos) realizados.

Outro dos destaques que não posso deixar de referir está relacionado com a estreia personalizada do médio ex-Colón, Sebástian Prediger. Nesta sua primeira titularidade são excelentes os apontamentos que deixa e, como que de algum modo "descansa" Jesualdo para a eventualidade de Fernando nalgum jogo poder estar indisponível. Revelou serenidade, classe na abordagem aos lances e "cabeça levantada" no momento de efectuar o passe. Realizou uma série de passes curtos e longos com uma precisão digna de registo e, para lá dessa precisão, a simplicidade de processos que revelou foi nota dominante na sua exibição.

Por último e não menos importante, o meu destaque vai para Diego Valeri. Pelas referências que traz e por aquilo que conheço no jogador, é sem dúvida um jogador acima da média. Dotado de uma visão de jogo só ao alcance dos melhores, o "craque" ex-Lanús exibiu-se a grande nível e mostrou a Jesualdo que pode ser a solução para o actual mau momento de forma de Raul Meireles.

A sua presença em campo fez-se notar combinando com Sérgio Oliveira inúmeras investidas atacantes e sendo protagonista de passes que colocaram por diversas vezes os companheiros na "cara do golo". A qualidade com que bate as bolas paradas e o seu controlo/domínio de bola justificam a razão pela qual o consideravam na Argentina como o "novo Riquelme". É um "peso" que carrega com ele mas, pelos vistos, o que lhe vinha faltando era minutos de competição. Hoje justificou-os em pleno.

De resto, pouco mais há a destacar do jogo. Yero foi dos sub-19 aquele que apresentou maiores dificuldades em se mostrar e, em relação à "renovada" dupla de centrais (Nuno A.Coelho e Maicon) regista-se novamente a sua competência.

Vitória esperada, justa e aqui e ali "abrilhantada". Quarta-feira esgotam-se as experiências e, desta feita, é fulcral que C.Rodriguez e companhia se apresentem no melhor momento de forma possível. Já foi positivo o facto de Cebola ter alinhado de ínicio.

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