domingo, 4 de outubro de 2009

Ciclo fechado com "chave de ouro"...


O F.C Porto terminou da melhor forma, esta noite, um ciclo de jogos previsivelmente complicado. O resultado foi justo, incontestável e esclarecedor relativamente ao que se passou no interior das quatro-linhas.
Os "Dragões" iniciaram esta partida, em pleno estádio José Arcanjo, com uma atitude e postura em campo "devastadora". Cedo se percebeu que a vitória não iria fugir à turma dirigida por Jesualdo Ferreira e eis que Radamel Falcao materializou a dinâmica atacante do F.C Porto no primeiro golo da partida. "El Tigre" (como é conhecido) deu o melhor seguimento a uma brilhante assistência de Belluschi (o homem do jogo), com um "rasgo" de cabeça que só parou no fundo das redes defendidas por Bruno Veríssimo.

O festival atacante do F.C Porto, porém, não tinha terminado e já em cima do intervalo Belluschi "abre o livro" e arranca (novamente) uma assistência brilhante para um cabeceamento irrepreensível de Bruno Alves. Estava feito o 2-0 e as equipas dirigiam-se para as cabines.

Pelo meio, fica ainda o registo para uma oportunidade escandalosamente desperdiçada pro Hulk, quando Belluschi o colocou isolado perante Bruno Veríssimo. O "incrível" não teve arte e engenho para concretizar aquele que parecia ser um golo "feito".

Já na segunda-parte o jogo caiu de qualidade sobretudo nos primeiros vinte minutos. O F.C Porto sofreu uma "mutação" do ponto-de-vista táctico e os jogadores demoraram algum tempo a assimilar a estratégia delineada para o resto do jogo. No entanto, nesta segunda-parte regista-se um grande momento de futebol coroado com o "bis" de Radamel Falcao (pois claro!). Na sequência de uma jogada de futebol ao seu expoente máximo, eis que de uma triangulação entre Hulk e Fucile resultou o segundo tento para o artilheiro Colombiano. Estava feito o 3-0 final, sendo conveniente não deixar de referir que o F.C Porto ainda viu por três vezes o poste a impedir que o resultado fosse mais "dilatado". Hulk, neste capítulo, foi o mais prejudicado já que viu os postes negarem-lhe o golo por duas vezes em que o guarda-redes adversário estava completamente batido.



Arbitragem não condizente com o espectáculo

Num jogo que nos brindou um F.C Porto ao seu mais alto nível e um Olhanense com uma atitude louvável, poder-se-á dizer que o árbitro foi o principal destaque pela negativa. Não o foi em benefício para nenhum dos "lados" em particular, foi sim um foco de contestação para ambas as equipas.

Depois de uma primeira-parte sem grandes "sobressaltos", o árbitro Pedro Henriques teve uma prestação "desastrosa" na segunda-parte e nenhuma das equipas tirou qualquer benefício dessa sua performance. Fica por marcar um penalty (escusado, diga-se) em benefício da Olhanense, ficam por sancionar com cartão vermelho duas entradas "assassinas" de jogadores do Olhanense. Numa primeira instância Freddy Guarín (recém-entrado na segunda-parte) foi vítima de uma entrada sem desculpa de Rui Duarte. Os comentadores foram peremptórios a classificar a jogada como merecedora de cartão encarnado e creio que não há dúvidas relativamente ao lance em questão.
Outro momento punível com cartão encarnado para os homens da Olhanense deu-se com a agressão "descarada" de Guga a Tomás Costa, tendo este último fracturado os ossos do nariz. O jogador saiu a sangrar depois da jogada e não haveria à partida motivos que desculpassem o "critério largo" do árbitro Pedro Henriques neste lance em particular.

O rescaldo da arbitragem deste jogo não termina sem um lance caricato. A dado momento da segunda-parte Fernando é protagonista de uma entrada em que, embora jogue a bola, é merecedor de cartão amarelo e, no seguimento dessa jogada os jogadores envolveram-se num momento quezilento culminado com um empurrão despropositado de Miguel Garcia a Guarín. Acalmados os ânimos, o árbitro Pedro Henriques entra em "acção" algo desorientado mostrando o cartão amarelo a Guarín (que desgraçadamente se limitou a ser empurrado) e a Guga (que nem esteve envolvido na jogada).



Notas finais de uma boa partida

Tirando a péssima prestação da equipa de arbitragem já por mim descortinada, resta-me destacar do lado do F.C Porto aquela que é uma evidência - Falcao marca dois golos, Belluschi faz duas assistências. Efectivamente, esta dupla que já trazia um entendimento dos tempos em que defendiam as cores do River Plate, retirou hoje qualquer tipo de dúvida que pudesse existir quanto ao seu potencial e importância que já têm no actual momento da equipa. Radamel Falcao tem qualquer coisa como sete golos em sete jogos da Liga (nada mau para um estreante que, ainda esta semana, nos brindou com um golo de antologia para a Liga dos Campeões) e Belluschi "arranca" hoje uma exibição de gala ao ser interviniente em dois dos golos com duas assistências sublimes. A par destas exibições, destaco a prestação positiva de Meireles, a exibição em crescendo de Hulk e a entrada fulgurante de Guarín. O médio Colombiano vem ganhando "pontos" na apreciação quer de Jesualdo quer da maioria da "aficcion" Portista.
Não posso de forma alguma terminar esta minha análise sem destacar a brilhante atitude do Olhanense. Por muitos defeitos que a equipa tenha (e tem-nos, sobretudo no sector defensivo), a equipa mesmo em desvantagem jogou de "peito aberto", mostrou alguns dos seus valores (designadamente Ukra, Greg e Rabiola) e deu bastante trabalho ao F.C Porto.

Destes jogadores destaco pela positiva a excelente técnica de Ukra (um extremo que efectivamente dá mostras de ter uma enorme capacidade individual) e Rabiola que fez "das tripas do coração" para marcar ao F.C Porto e mostrar a Jesualdo que para o ano pode fazer parte do plantel.

Possivelmente, se equipas como o Leixões, Belenenses, Setúbal e outras optassem por esta postura, iriam ser devidamente recompensadas com uma presença mais maciça dos seus adeptos, nos estádios de futebol. Perder a praticar "anti-jogo" é muito menos honroso do que perder a jogar com "prazer" pelo jogo. Nisso a Olhanense é um bom exemplo. Subiu de divisão mas alguns dos "crónicos" desta nossa Liga Sagres, deviam tomar este "estreante" como um exemplo para o futuro.



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