segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

O último "clássico" de Lucilio


No rescaldo de um dos jogos que sofre ano após ano maior efeito de mediatização no nosso país, para lá de todas as nuances tácticas que lhe são inerentes existe um factor que deverá por certo encher de satisfação os adeptos do bom futebol (Portistas, Benfiquistas, Sportinguistas, what ever). Na realidade, este foi precisamente o último "clássico" apitado pelo juíz Lucilio Batista.

A sua nomeação foi um foco de discórdia por parte de Benfiquistas e Portistas, como que atestando novo acto de incompetência, perpotência e irresponsabilidade de Vitor Pereira.

Sem querer com isto justificar a derrota do F.C Porto (até porque assistimos a equívocos de Lucilio precisamente para os dois lados), é no mínimo um acto deplorável da parte de Vitor Pereira nomear um dos piores árbitros nacionais para um jogo desta responsabilidade.

Recordo que este árbitro ainda no ano passado este envolto em polémicas a propósito da tão famigerada final da Taça da Liga. Para lá deste episódio "marcante" (chamemos-lhe assim), recordo-me como se ainda fosse hoje da sua arbitragem num célebre F.C Porto 3-2 S.L Benfica, onde Katsouranis saiu "ilibado" após ter literalmente partido a perna ao agora jogador do Manchester UTD., Anderson.

E como os seus "equívocos" não tiveram sempre como alvo preferencial o F.C Porto, é sem quaisquer tipo de reservas que me recordo de um célebre Boavista - S.L Benfica onde o clube da Luz foi manifestamente prejudicado. Não tenho quaisquer problemas em admiti-lo, até porque a incompetência deste juíz "pré-reformado" assim me obriga.

Neste pressuposto, a actuação de Lucilio naquele que foi o seu último e grande "Clássico" (terá sido um prémio carreira?!) fica claramente marcada por equívocos de parte-a-parte, compensações e no final de contas resultou numa arbitragem tenebrosa.

Existiram lances absolutamente caricatos e que não podem ser de todo branqueados.

É certo que existe um penalty claríssimo cometido por C.Rodriguez (perto do final do encontro) que, na minha perspectiva, não foi assinalado porque o árbitro se sentiria presumivelmente inibido, culpado e de certa forma "manietado" por uma série de lances mal julgados da sua parte. Dos referidos lances, começemos pelo golo que dita o resultado final. Efectivamente, o lance do golo é precedido de um fora-de-jogo objectivo. Não me refiro ao jogador que está lesionado/estendido em cima da linha de baliza de Helton (porque este aspecto está sujeito a interpretações subjectivas), mas sim ao toque de calcanhar de Urreta a que se seguiu a oportunidade de golo evitada em cima da linha.

No momento em que Saviola toca a bola para Urreta, o jovem jogador Uruguaio está descaradamente em posição de fora-de-jogo e, desta feita, a jogada terminava naquele preciso momento. A oportunidade de golo que existiu simplesmente não seria válida e aquele golo, à partida, não existiria.

Por outro lado e em relação ao jogador que fica estendido na linha de baliza de Hélton (julgo ser Maxi Pereira), como fiz questão de referir, está sujeito a avaliações e interpretações subjectivas.

Evidentemente que se o jogador não interfere na jogada é óbvio que não existe irregularidade no golo, mas ao que consta Helton não foi tão rápido a cobrir a baliza e a sair aos pés de Saviola uma vez que se estava a inteirar do estado físico do seu companheiro de profissão.

Imaginemos que Helton estava a auxiliar Maxi Pereira. Não mandaria o bom senso de Lucilio pausar o jogo para se prestar assistência ao jogador? Um jogador pode permanecer lesionado em cima da linha de baliza?

Todas estas são questões que me levantam dúvidas e talvez por isso considere este aspecto em particular sujeito às mais diversas apreciações.

Dito isto, em relação ao golo do S.L Benfica estamos conversados. Numa primeira instância existe um momento de claro offside, que precede um momento invulgar e que levanta apreciações subjectivas.

A meu ver, possivelmente o "peso na consciência" deste lance impediu Lucilio Batista de assinalar (e mal) um penalty cometido por C.Rodriguez.

Pelo meio, houve um lance que eu considero no mínimo discutível já que César Peixoto aparentemente derruba Hulk na grande área.

Existem muitos orgãos da comunicação social que consideram o lance como grande penalidade, sendo certo que não foi tão descarado e evidente como os dois lances acima referidos (um para cada uma das equipas).

Não com este carácter decisivo, mas atestando mais uma vez a incompetência deste árbitro Internacional (imagine-se...), fica por atribuir um cartão amarelo a César Peixoto logo aos 3 minutos (a castigar um "puxão" na camisola de Hulk), um cartão amarelo a Álvaro Pereira (após entrada mais ríspida sobre Ramires), um cartão amarelo a Javi que pontapeou prepositadamente a bola contra a cara de Falcao quando este estava no chão (creio que logo no primeiro minuto de jogo) e, por fim, um cartão vermelho a C.Rodriguez que entrou de forma manifestamente descontrolada para derrubar Javi (estavamos perto do final da partida).

Foram estes os lances que, a par do estado do relvado, "mancharam" uma partida que tinha todos os condimentos para ser o "Jogo do Ano" e é com toda a satisfação que os adeptos do futebol certamente encaram este abandono da arbitragem por parte de Lucilio Batista.

Sinceramente não sei para que "cor clubística" Lucilio tenderá mais, apenas acho que as suas desastrosas performances enquanto árbitro devem-se a um descontrolo emocional perante ambientes mais "escaldantes". Costuma-se dizer que "quem não quer ser lobo que não lhe vista a pele" e, neste caso, Lucilio termina a sua carreira enquanto àrbitro com a sua dignidade e auto-estima um pouco em baixo, devendo de agora em diante assumir qualquer tipo de cargo profissional que nada tenha a haver com o futebol (padeiro, carteiro, empregado de mesa,..).

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