terça-feira, 4 de agosto de 2009

F.C Porto 2009/10: Diferente não significa inferior...


Terminada a pré-temporada Portista e a poucos dias da primeira partida oficial, ante o Paços de Ferreira para a Supertaça, o F.C Porto regista um total de 5 vitórias, 1 empate e 1 derrota. No total foram marcados 13 golos e sofridos apenas 4 golos, sendo "reflexo" de uma solidez defensiva assinalável e de uma eficácia atacante que ainda tende a melhorar.


- Sector intermediário, o "coração" da equipa...

O F.C Porto desta nova época surge com um total de 11 "caras novas" e com 3 perdas assinaláveis na sua equipa, naturalmente com maior destaque para os carismáticos Argentinos Lucho González e Lisandro Lopéz.

Eram acima de tudo jogadores que se enquadravam na perfeição naquilo que era a mecânica quer ofensiva, quer defensiva na equipa. Além de juntos terem protagonizado momentos memoráveis com a camisola "azul-e-branca", o seu entendimento era quase "telepático". Essencialmente cabia a Lucho González "engendrar" as jogadas e a Lisandro converte-las. Este tipo de acções foi verificável na nossa Liga ao longo destas últimas 4 épocas que seguramente lhes valeram presença no "Hall of Fame" quer do F.C Porto, quer da história do Campeonato Nacional.

A perda destes dois "enormes" jogadores foi cuidadosamente colmatada com entrada de diversas soluções para o plantel, com a possibilidade de adoptar novas nuances tácticas à equipa que a tornarão de algum modo bastante imprevisível.

Se é verdade que Lucho era um jogador que, para além de "inventar" jogadas de ataque, geria criteriosamente o ritmo da equipa quando a bola lhe surgia nos pés, não é menos verdade que esses atributos estão presentes em Belluschi, cabendo a este "pisar" outros espaços no terreno.

Belluschi é um jogador exclusivamente de ataque, um nº10 "puro" e dotado de uma técnica individual absolutamente acima da média. Luis Freitas de Lobo, distinto comentador do "fenómeno" desportivo que é o Futebol, comparou a habilidade natural de Belluschi à de um jogador de "rua". O F.C Porto nesta pré-época embora tenha realizado exibições positivas mas intermitentes (fruto do cansaço, viagens e de alguma falta de ritmo), não deixou de revelar a quem não o conhecia, um pouco do que será Belluschi e qual a sua importância no "onze" escalonado por Jesualdo Ferreira.

É por ele que vai passar não só a definição de todas as jogadas de ataque, como será dele que irá sair o chamado "último passe".
É um jogador já conhecido desde os seus tempos de "magia" no River Plate (para onde curiosamente foi jogar visando substituir....Lucho) e seguramente que o seu estilo de jogo sai favorecido assim que lhe for concedida alguma liberdade para jogar atrás dos pontas-de-lança não perdendo de vista as derivações para a direita do ataque com sucessivos movimentos de ruptura. Movimentos esses que muita "mossa" criaram ainda na época passada, quando foi "estrela" nos Gregos do Olympiakos.

Com a posição nº10 já debatida, resta ainda (no capítulo do meio-campo) debater aquelas que serão outras das nuances da equipa Portista.

Belluschi tendencialmente será o "dono e senhor" do lugar de "playmaker", mas na sua rectaguarda antevê-se uma "luta feroz" pela posição que vem sendo ocupada por Raul Meireles até ao momento. Diego Valeri veio com o estatuto de "craque"e na Argentina, para além dos elogios do seleccionador Diego Armando Maradona, era repetidamente comparado ao famoso nº8 Riquelme (que actualmente milita no Boca Juniors, da Argentina). Rezam as crónicas que Diego Valeri foi uma espécie de "guia espiritual" do Lanús (clube de onde é oriundo), tendo inclusive levado o ex-clube de Maradona ao tão disputado título de Campeão. É um jogador famoso pela eficácia com que bate livres e esse é sem dúvida um trunfo que o F.C Porto deve explorar (e convenhamos que este ano os "candidatos" para o efeito, abundam).

Por outro lado e para além deste concorrente de "peso" de Raul Meireles, surge este ano outro nome a ter em conta...Freddy Guarín. Se é verdade que no ano passado vivia na "sombra" de um meio-campo absolutamente intocável e que lhe custou uma afirmação mais retardada, neste ano tem surgido como um dos principais destaques nalguns jogos da pré-época, muito embora as suas exibições ainda sejam algo intermitentes. É um jogador extremamente "agressivo", com um pé-direito "violentíssimo" no capítulo do remate, tornando-se assim numa opção válida quando Jesualdo pretender um acréscimo de "poder de fogo" da equipa Portista. Tendo em conta a habilidade e paciência que Jesualdo utiliza para "exponenciar" as qualidades de todos os seus atletas, este jogador corre "riscos" de assumir um protagonismo semelhante ao de Mariano González, designadamente a partir da segunda metade da época transacta (foi simplesmente decisivo).

Encerrando o capítulo da posição nº8 do plantel Portista resta-me enquadrar um nome que está longe de poder ser esquecido. Falo de Tomas Costa e só não o referi antes porque ao fim de uma época ainda tenho dificuldade em assimilar qual é a posição de raíz deste excelente jogador e profissional. Este é daqueles jogadores que "enchem as medidas" a qualquer adepto de futebol, eu chamar-lhe-ia de "Canivete Suiço" do F.C Porto. Por variadíssimas vezes foi chamado a intervir no ano passado, ocupando diferentes espaços no terreno (e inclusive no mesmo jogo).

A flexibilidade deste jogador já fez com que Jesualdo o tenha colocado a jogar nas posições defesa-direito, defesa-esquerdo, médio-defensivo, médio-centro e extremo-direito, respectivamente. Na maioria dos casos o jogador não só rendeu como nunca deixou de "molhar a camisola". É naturalmente um jogador fantástico do ponto-de-vista competitivo e com a virtude de ser dotado de uma excelente capacidade de passe.

Por fim e não menos importante, resta-me referir a questão do meio-campo defensivo. Fernando parte em natural vantagem e como dono do lugar, mas as referências de Prediger fazem prever uma disputa acesa pela titularidade entre os jogadores, não caindo no "risco" de existirem jogadores "acomodados" à posição.

Prediger, pelas referências e histórico de clubes interessados que traz, é um elemento que seguramente promete dar muito trabalho ao "incansável" Fernando e umas boas "dores de cabeça" ao professor Jesualdo Ferreira.


- Da defesa ao ataque:

O F.C Porto nesta época viu a sua qualidade aumentar do ponto de vista de soluções válidas para a defesa. Face à saída de Cissokho, Álvaro Pereira tem se revelado um excelente substituto e com uma energia "interminável". Tem sido mesmo uma das figuras desta pré-época, com o devido acompanhamento dos habituais Rolando, Bruno Alves e Fucile (seu compatriota). Porém, a defesa do F.C Porto não se resume apenas a estes quatro jogadores. O F.C Porto conta com a permanência da "revelação" Sapunaru e com as entradas de Miguel Lopes, Maicon e Nuno A.Coelho.

Estes dois últimos têm particularidades interessantes. São ambos jovens, apresentam uma enorme margem de progressão e como dupla já provaram que funcionam de forma segura. Se dúvidas haviam, estes são apenas mais um "espelho" de uma das instituições que tem por hábito "fabricar" os melhores defesas-centrais. Resta no entanto referir que para além de toda a sua juventude, estes apresentam como "riqueza táctica" o facto de actuarem nas faixas laterais. Maicon vinha actuando a defesa-esquerdo nos últimos jogos do Nacional (e com óptimos resultados) e Nuno A.Coelho vem sendo testado por Jesualdo como defesa-direito. Os resultados têm sido muito bons, dão segurança.

Passando agora ao capítulo atacante da equipa prevê-se que Jesualdo mantenha a aposta em C.Rodriguez e Hulk para os corredores esquerdo e direito da formação Portista. Estes dois jogadores aliam à técnica e habilidade natural, uma velocidade e força que não tem paralelo no futebol Português. São tipicamente dois jogadores que necessitam claramente de jogar perto da linha, com possibilidade de flectir para o centro do ataque. Só assim Jesualdo tira partido do enorme poder de "explosão" que possuem, em virtude da própria equipa.

Outro dos aspectos a considerar no escalonamento do "onze" Portista, está relacionado com a posição nº9. Hulk tem sido insistentemente colocado nessa posição (face à ausência de algum ritmo competitivo de Radamel Falcao). No entanto é na qualidade extremo-direito que Hulk potencia todas as suas qualidades. A possibilidade de flectir para o meio (à imagem de Rodriguez no flanco oposto), não só "baralha" as marcações adversárias como possibilita o aparecimento destes dois extremos em zonas de finalização.

Já para a posição que até então pertencia a Lisandro, o F.C Porto viu entrar o Colombiano Radamel Falcao. Um goleador de créditos firmados, com facilidade de remate com qualquer dos dois pés e um "temível" jogo aéreo. A espaços durante esta pré-temporada, já foi possível ver um pouco do que será o rendimento de "R9" (alcunha dada a Falcao) com a camisola dos Dragões, pese embora as suas exibições tenham sido um pouco inconstantes em virtude do ainda inexistente entrosamento com aqueles que serão presumivelmente os seus companheiros de ataque (falo de Hulk e C.Rodriguez, respectivamente). A posição central do ataque requer um jogador agressivo, com o qual os médios possam tabelar e sobretudo exige um jogador que não se deixe "amarrar" pela "teia" montada pelos defesas-centrais. Neste sentido e em virtude dos atributos que são conhecidos de Radamel Falcao, poder-se-á dizer que o jogador "encaixa que nem uma luva" na mecânica ofensiva da equipa. O seu 1,77 m é enganador, já que muito embora se trate de um jogador de estatura média/baixa, tem um poder de impulsão comparável ao de Bruno Alves. A materialização destes atributos em golos será, desta feita, apenas uma questão de tempo e obviamente estará dependente da solidificação dos processos quer ofensivos quer defensivos da equipa.

Ainda no ataque Portista, existem alternativas extremamente válidas aos habituais titulares. Refira-se Silvestre Varela, "Tecla" Farías e Mariano González, que além de manterem a dinâmica da equipa quando são chamados a intervir, são três jogadores que não "estranham" o golo. Silvestre Varela tem sido uma das boas surpresas da pré-temporada (tendo inclusive já se estreado a marcar com a camisola dos Dragões), já Farías e Mariano González trazem da temporada transacta resultados pessoais extremamente positivos. Farías foi o melhor marcador do plantel Portista e Mariano González, sobretudo durante a segunda metade da última temporada, assumiu papel de destaque com um número de assistências para golo digno de registo e uma "veia concretizadora" assinalável. Os referidos jogadores certamente não irão permitir quaisquer deslizes por parte dos habituais titulares, sob pena de perderem o seu lugar no "onze" determinado por Jesualdo Ferreira.


- Três "keepers", um lugar...

Ao contrário do que sucede nos dois clubes "rivais" (na minha opinião), o F.C Porto é o clube que está claramente mais bem servido no que diz respeito aos guarda-redes. Helton, Beto e Nuno são nomes de respeito que aliam inegáveis qualidades a uma experiência e autoridade dentro de campo. Qualquer destes elementos pode assumir o papel de "voz de comando" para manter a concentração e estrutura da linha defensiva.

Se é verdade que em épocas anteriores Helton sofria golos perfeitamente evitáveis e fruto de algum desleixo/acomodação ao lugar, não é menos verdade que este ano já estará por certo alertado para que situações idênticas não se repitam. A chegada de Beto irá concerteza aumentar os índices de competitividade interna no plantel do F.C Porto e seguramente que essa mesma competitividade poder-nos-à trazer o "melhor" Helton, sob pena deste perder o lugar para aquele que é o melhor guarda-redes Português, na actualidade.


- A equipa de Jesualdo...

Este plantel do F.C Porto é, essencialmente, cada vez mais o plantel de Jesualdo. Nomes como Belluschi, Falcao, Diego Valeri, Varela e outros tantos vieram para o F.C Porto pela mão de Jesualdo Ferreira. Vêm sobretudo para se juntar a um plantel onde constam elementos como Hulk, Fernando, Bruno Alves, Fucile e Rolando que viram as suas qualidades potenciadas pelo "professor".

Jesualdo Ferreira seguramente é dos melhores treinadores no capítulo da formação de equipas novas e ganhadoras, não perdendo de vista uma integração progressiva e cuidadosa dos novos "reforços", que estão naturalmente sujeitos a um tempo de ambientação a este novo patamar competitivo. Recuando um ano atrás no tempo, Jesualdo Ferreira viu sair nomes como Quaresma, Bosingwa e Assunção. Um ano depois vemos Cissokho (actualmente no Lyon), Hulk e Fernando como jogadores já "feitos", sabendo de antemão que todos eles foram criteriosamente integrados no plantel e só mais tarde no "onze". Hulk, que é um jogador fulcral na manobra ofensiva da equipa, ainda no ano passado por esta altura (tal como Fernando e Rolando, por exemplo) era apenas considerado como um "substitudo de luxo". Enquanto que Fernando e Rolando agarraram a titularidade num jogo diante do Benfica na Luz, Hulk só se afirmou no F.C Porto após um jogo de má memória que colocou o F.C Porto frente-a-frente com o Arsenal no Emirates Stadium.

A entrada de Hulk no onze deu o "mote" a uma revolta interna do F.C Porto que na altura se encontrava autenticamente em "queda-livre". A partir do momento que Jesualdo "queimou todas as etapas" na constituição definitiva do "onze" Portista, o F.C Porto tornou-se numa equipa segura do ponto-de-vista defensiva e "demolidora" do ponto-de-vista atacante.

Ao núcleo de jogadores "antigos" do F.C Porto, juntam-se 11 reforços de qualidades inegáveis que confirmam cada vez mais a tese de que esta é cada vez mais a equipa de Jesualdo Ferreira, equipa essa que com o decorrer do tempo naturalmente irá solidificar todos os processos e manter a "bitola" ganhadora que nos tem habituado.








2 comentários:

Serafim Leite disse...

ZzZzZzZzZzZ

(adormeci) a ler o comentário e a ver os jogos do porto no torneio da piça.

Moreir4 disse...

Looooooooooooooool

Pa isto tinha de ser um post grande porque o blog estava ficar muito "avermelhado". Há que dar uns tons de azul que isto fica bem melhor :D

"torneio da piça" loooooooooooooool