sábado, 31 de julho de 2010

Passo nº1: Cimentar o modelo de jogo


O F.C Porto entrou com o "pé esquerdo" no Torneio de Paris, averbando a primeira derrota da pré-temporada, até ao momento.

A pré-temporada do F.C Porto tem sido globalmente positiva e não é a derrota de hoje diante do Paris Saint-Germani (absolutamente furtuita), que abala ou descredibiliza todo o trabalho que vem sendo feito de forma gradual.

O balanço de toda uma pré-época será feito após o jogo de amanhã, diante do Bordéus (uma das melhores equipas do campeonato Francês) naquele que será o culminar da preparação para os jogos mais "a sério" que os Dragões irão defrontar em diante.

No entanto, se no jogo diante da Sampdória o F.C Porto praticou um futebol espectacular, fazendo da circulação de bola e interligação entre os sectores a sua melhor "arma", o mesmo não se pode dizer da partida de hoje diante dos anfitriões do torneio.

O F.C Porto começou a primeira-parte num ritmo médio/baixo (aliás, tal como o PSG), mas conseguiu instalar-se no meio-campo defensivo do adversário com relativa facilidade. A bola circulava entre a linha média e os extremos do F.C Porto, mas tardava a chegar em condições ao ponta-de-lança Radamel Falcao. O Colombiano vem passando uma verdadeira "seca de golos" nesta pré-época, mas nada que deva atormentar ou preocupar os adeptos Portistas, já que o avançado que na sua época de estreia na Europa marcou 34 golos, teve uma pré-temporada semelhante em 2009/10.

Assim sendo, poder-se-á dizer que o que falta a este F.C Porto é consolidar um conjunto de ideias e um modelo de jogo já há muito "esmiuçado" por André Villas-Boas. A equipa tem sabido responder, a espaços, àquilo que vem sendo pedido pelo treinador, mas a "dança" de substituições (que é uma constante neste tipo de jogos), as cargas físicas a que os jogadores têm sido submetidos nos treinos e a integração de novos atletas (com destaque, por exemplo, para Walter que apenas chegou esta semana) têm impedido que a equipa se fixe num patamar de regularidade dentro do desejável - nada que não se resolva com tempo.

A exibição de hoje diante do PSG foi, desta feita, descolorida mas nunca merecedora de uma derrota. O golo surgiu em cima do minuto 90, mas durante hora e meia foi o F.C Porto que "mandou" no jogo e que criou mais oportunidades de golo. Foram poucas, é um facto, mas efectivamente foram da autoria do F.C Porto.

Um dos aspectos que eu acho tremendamente negativo neste tipo de torneios (e refiro-me ao Torneio de Paris em particular), prende-se com a calendarização dos jogos. É inconcebível que uma mesma equipa dispute dois jogos em dois dias seguidos. Numa altura em que o ritmo competitivo ainda não é o desejável e que o cansaço se vem acumulando, a rotação total da equipa é práticamente obrigatória e, por consequência, o "fio-de-jogo" arrisca-se a não ser visível.

Entretanto e apesar desta condicionante (que, diga-se, também prejudica o PSG, Bordéus e Roma), o F.C Porto tem oportunidade de mostrar outra "face" no jogo de amanhã diante do Bordéus, acima de tudo do ponto-de-vista exibicional (que é o que mais importa nesta fase precoce da temporada).

Em relação aos destaques deste jogo, pela positiva destacaria a subida de forma de C.Rodriguez (que gradualmente vem aumentando os seus níveis físicos e melhorando a sua prestação dentro de campo), o reaparecimento de Guarín no "onze" (esteve muito tempo parado mas conseguiu responder à altura, sem que ainda mostre os níveis de confiança e de preparação que foram evidentes na temporada passada) e a excelência nas prestações de Fernando, Maicon e Miguel Lopes.

Hoje Hulk, apesar de ter feito uma boa exibição e de ser um dos Portistas em destaque nesta pré-temporada, não deslumbrou como vem sendo habitual.

Se Miguel Lopes já vinha denotando qualidades que inclusive poderiam afastar Fucile do "onze" por mérito próprio (já na temporada passada), o mesmo não se poderá dizer em relação a Maicon que, apesar das suas qualidades serem mais que reconhecidas, vivia na "sombra" de B.Alves.

Na iminência de ver sair B.Alves, o F.C Porto elegeu um novo "patrão" para a sua defesa e Maicon foi o escolhido. Mostra uma tranquilidade e uma segurança que fazem dele o verdadeiro "clone de Pepe", cada vez mais titularíssimo neste "novo" F.C Porto.

Mas a "peça" que mais me tem impressionado tem sido Fernando. Hoje, apesar da derrota, voltou a agradar-me a sua prestação e aí sim, nota-se uma clara influência do seu novo treinador.

Se com Jesualdo, Fernando remetia-se à "destruição" de jogadas adversárias (o que fazia muitíssimo bem, diga-se), com Villas-Boas o "Polvo" é muito mais do que um mero trinco. É um jogador com mais "pulmão", com mais presença na área adversária, que "cerra os dentes" e adianta-se com sobranceria no meio-campo adversário.

Como já foi aqui referido, amanhã há novo "teste" a esta equipa, com um "onze" que aparentemente será reformulado na sua totalidade. Resta a curiosidade de verificar se nomes como Raul Meireles, B.Alves, Tomas Costa e Fucile participam no jogo, eles que são dados como transferiveis neste mercado de Verão.

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