domingo, 25 de julho de 2010

Brilhantismo numa equipa já com "dedo" de André Villas-Boas


Foi com enorme expectativa que me desloquei hoje ao Estádio do Dragão para assistir aquele que era, oficialmente, o jogo de apresentação do plantel.

Antes de partir para a análise pormenorizada daquele que foi o plantel eleito e da exibição diante do 4º classificado da última liga Italiana, o meu primeiro destaque vai para a originalidade e subtileza da festa organizada.

A apresentação teve de tudo. Desde "Flash-mobs" que cativaram os cerca de 40 mil espectadores presentes, passando por coreografias que em tom de humor e, naturalmente, com alguma subtileza ridicularizaram (ou visavam ridicularizar) a arbitragem nacional que, como mesmo hoje deu para assistir, mantém a "boa" forma.

E eis que para espanto de todos, num momento em que centenas de coreógrafos dançavam no relvado do Dragão (ao som do último "hit" de Shakira - Waka Waka), se vislumbra um grupo de supostos "dançarinos" equipados a rigor de "fato-macaco" azul que eram nem mais nem menos....do que os jogadores do F.C Porto.

Estes posteriormente retiraram o "fato-macaco" que os disfarçava e deu-se então início à chamada dos elementos um-a-um ao palco central. Foi, sem margem de dúvidas, uma apresentação plena de originalidade, humor e boa disposição.

Passando agora à composição do plantel, ainda não foi hoje que os adeptos "azuis-e-brancos" puderam aplaudir Walter e Kléber (alvos já mais que identificados e, supostamente, seleccionados). Os sócios e simpatizantes Portistas ficaram também a saber que Farías, Stepanov, André Pinto e Ventura não farão parte do plantel 2010/11.

Ainda no que refere às saídas, nota para o facto de Raul Meireles, Tomas Costa, B.Alves e Fucile terem sido apresentados, pese embora tenham sido os únicos a não actuar (a par do terceiro guarda-redes, Pawel Kieszek). Este é um sinal claro que muito provavelmente aquele foi o último jogo que os quatro Dragões puderam assistir de perto (no banco de suplentes) do Dragão.

Em relação ao jogo propriamente dito, nota extremamente positiva para este F.C Porto "versão André Villas-Boas". O ex-treinador da Académica já começa definitivamente a assentar ideias e a tomar o pulso a uma equipa que trazia alguns "vícios" pouco positivos da "era Jesualdo". Para começar e globalmente falando, este F.C Porto priveligia a posse de bola, a eficácia do passe e a utilização de blocos subidos em pressão constante. A dado momento na segunda-parte, Sapunaru, por exemplo, iniciava a pressão ao adversário directo logo à saída do seu meio-campo.

Outro factor que me agrada imenso é a forma como os médios do F.C Porto circulam a bola - "sortudo" do treinador que tem ao seu dispôr criativos como Moutinho, Ruben Micael e Belluschi que tão bem circulam a bola.

Tive oportunidade de assistir a esta partida e ao jogo diante do Ajax, ao vivo e apesar de ambos os resultados terem terminado com vitória pela margem mínima, do F.C Porto, não tenho dúvidas em afirmar que o F.C Porto deste Domingo está muito melhor e muito mais próximo daquilo que irá ser de agora em diante.

No que aos destaques positivos diz respeito, eu direi que estes poderão ser divididos de acordo com cada uma das partes do jogo:

- Na primeira-parte: Os destaques vão acima de tudo para Maicon (que está, sem margem para dúvidas, um central absolutamente fantástico), para Moutinho (começa-se a revelar o "motorzinho" daquela equipa e todo o processo de jogo ofensivo passou pelos seus pés), Fernando e Hulk.

Estes dois últimos (a par de Maicon) foram uma constante durante todo o jogo. Estiveram brilhantes no desempenho das suas funções e tanto Fernando como Hulk (os dois aniversariantes do dia) foram "presenteados" com dois excelentes golos. Hulk continua "incrível" como sempre foi (aliás, o golo que ele marcou neste jogo foi dos melhores que eu alguma vez assisti ao vivo no estádio do Dragão) e Fernando, esse, já denota "dedo" de André Villas-Boas.

O facto dele ter marcado hoje não foi mera coincidência. Esteve bastante participativo nas acções atacantes e podia, inclusive, ter marcado por mais duas vezes. Neste caso em particular a teoria passou à prática, já que André Villas-Boas pretende que o seu trinco tenha "chegada" à baliza adversária.

- Na segunda-parte: A partida baixou um pouquinho de ritmo, mas não muito. Se na primeira-parte o "patrão" do meio-campo foi Moutinho, na segunda-parte esse papel coube a Belluschi.

O "craque" Argentino pautou o ritmo, esteve sempre bem no momento da definição do passe e ainda tentou por mais do que uma vez alvejar a baliza de Curci.

Por entre 9 substituições (salvo erro), destaco as prestações positivas de Sapunaru, de James Rodriguez e de Souza.

Se James já mostra ser um esquerdino "puro" de grande qualidade, Souza surpreendeu-me pela polivalência e pela passada larga na condução de bola.

Em suma, no que confere aos reforços, aqueles que a meu ver estiveram um pouco abaixo daquilo que tinham mostrado frente ao Ajax foram Emídio Rafael e Sereno. Algo que não deixa de ser normal já que estão em fase de adaptação a uma nova realidade.

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