quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O Dragão "puxou dos galões" e deu brilho à Cristal Arena


Nas vésperas de um duelo que opunha os Belgas do Genk ao F.C Porto, André Villas-Boas tinha assumido a candidatura à (re)conquista do troféu que o F.C Porto levantou na sua última participação (2003). Ora palavras "leva-as o vento", desta feita André Villas-Boas colocou hoje em campo uma equipa que fez questão de "puxar dos galões" e assumir na prática todo esse favoritismo.

O F.C Porto com todo o mérito e tranquilidade levou de vencido o actual líder do campeonato Belga por três golos sem contestação. O jogo realizou-se no Cristal Arena e nada como os golaços de Souza e Belluschi para colocar um ponto-final nas legítimas expectativas dos Belgas no que ao apuramento diz respeito.

O técnico do Genk vaticinou que este jogo seria contra um clube de "outra realidade" e assim foi. Numa primeira parte perfeitamente tranquila e controlada por parte dos Dragões, Radamel Falcao abriu a contagem numa grande penalidade que, no meu ponto-de-vista, foi bem assinalada. O Genk não conseguia sequer chegar à baliza de Hélton e talvez isso tenha contribuído para alguma apatia da equipa nos primeiros 20 minutos da segunda-parte. Nesse período de jogo Maicon e Rolando (que vinham sendo intransponíveis) denotaram alguma displicência e obrigaram Hélton a aplicar-se a "fundo" em alguns lances.

Passados estes 20 minutos de "reboliço", o F.C Porto voltou ao jogo e muito se deveu às entradas de Ruben Micael e Souza.

Souza foi mesmo o "desbloqueador" desta partida, devolvendo à equipa a tranquilidade e estabilidade necessárias para voltar a assentar jogo. Para isso muito valeu o seu grande golo. Depois de um momento de circulação de bola perfeito entre os criativos dos Dragões, o jovem médio Brasileiro encheu o pé e colocou o F.C Porto a vencer por 2-0. Era o coroar de uma estreia perfeita nas competições Europeias deste jogador que definivitamente não engana - é craque.

Momentos mais tarde e com a equipa do Genk já reduzida a dez elementos (e bem!), Belluschi tirou da "cartola" mais um momento de pura magia e estabeleceu o 3-0 final. Grande golo do pequeno "maestro" Argentino que tem feito um início de época extraordinário.

Para além dos "goleadores" de serviço, queria aqui deixar três destaques extremamente positivos no que concerne às performances individuais no plantel do F.C Porto.

Para começar, temos o "capitão" Hélton. Villas-Boas fez questão de enaltecer a actuação do guardião Brasileiro e é comum que em jogos onde a produtividade ofensiva se faz notar, os elementos mais recuados sejam um pouco "esquecidos". Não foi o caso de Hélton, assim como de Sapunaru e Fernando.

Sapunaru (o mais que provável substituto de Fucile) teria à priori a missão mais "espinhosa" nesta partida. Tinha de marcar o jovem prodígio De Bruyne e fez-lo exemplarmente. Aliás, para desconsolo do jovem Belga e dos 9 olheiros que estavam no estádio de Cristal para o observar, Sapunaru simplesmente "secou-o". Exibição absolutamente irrepreensível.

Por outro lado, outro dos mais importantes destaques individuais vai para Fernando. Está de volta o verdadeiro "Polvo" e numa forma sublime. Tenho aqui feito referência para o "dedo" de Villas-Boas no que concerne à mudança de estilo de jogo em Fernando e não me canso de o dizer.

Em suma foi uma óptima vitória de um F.C Porto que teve que lidar com uma ausência forçada de Hulk. Num momento de manifesta infelicidade após ter perdido uma sobrinha, Hulk foi para o Brasil apoiar e acompanhar naturalmente a sua família (envio desde já as minhas condolências que, naturalmente serão extensíveis a todos os adeptos do futebol, independentemente da cor clubística que defendem) e, desta feita, coube a Ukra substituir o "Incrível".

Ukra esteve bastante bem e provou que pode ser uma unidade extremamente válida para o F.C Porto 2010/11.

Uma palavra também para o gesto de Falcao quando marcou o golo. O avançado Colombiano fez questão de exibir uma camisola de Hulk em claro sinal de solidariedade e respeito para com a situação que o jogador Brasileiro está a viver.

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