
Foi com algum interesse que segui a partida que hoje colocava Sporting e Olhanense num frente-a-frente que finaliza a jornada corrente da Liga Sagres. Não tenho por hábito escrever posts relativos aos jogos dos principais rivais do F.C Porto, no entanto abri uma excepção porque efectivamente nesta partida jogou-se muito do futuro do F.C Porto e quiçá do futebol Português.
Num jogo extremamente disputado e bem jogado, foi com o maior agrado que registei as brilhantes prestações de Ukra, Castro e Rabiola. O "trio" por mim referido está cedido à Olhanense de Jorge Costa, pelo F.C Porto e possivelmente foram os principais "municiadores" do ataque Algarvio.
Rabiola abriu a contagem num golo à ponta-de-lança. Um cabeceamento "sem espinhas" que surge na sequência de uma jogada brilhante de Ukra e centro de Miguel Garcia.
Numa altura em que efectivamente se fala da falta de pontas-de-lança em Portugal (designadamente Portugueses), eis que a exibição, o golo e o remate à trave de Rabiola provam precisamente o contrário.

Dez minutos mais tarde eis que surge o momento do jogo e, possivelmente, um dos melhores momentos desta edição da Liga Sagres. O minuto 19 contempla um remate estrondoso de Castro que só para "no sítio onde a coruja dorme". Fantástico pontapé de um jogador que muito me lembra Maniche (jogador que não faz muito tempo nos rendeu três titulos internacionais em outros tantos anos).
O remate surge na sequência de nova excelente jogada, com influência directa de um dos "suspeitos do costume"...Ukra.
De referir ainda a boa prestação de Stephane (lateral também ele cedido pelo F.C Porto), prestação essa que foi insistentemente elogiada pelos comentadores do jogo.
Pese embora Stephane tenha estado bem e seja um jogador de futuro, não coloco a sua exibição ao nível do "trio" luso por mim referido do qual destaco Ukra que se revelou um extremo "desconcertante" quer quando aparecia na esquerda, quer quando aparecia na direita. É craque! Não engana...
Já na época passada este extremo, que tem dado nas vistas ao serviço dos sub-21, realizou boas exibições e marcou golos decisivos para a subida do Olhanense à primeira liga (salvo erro foi autor de 6 golos). A sua performance na Liga Vitalis do ano passado, bem como a de Castro, não lhe valeu no imediato o regresso ao Dragão mas com mais exibições a este nível seguramente que as "portas" do Dragão estarão "escancaradas" e prontas ao regresso não só dele, como dos restantes dois atletas.
Quanto ao jogo em si, a Olhanense olhou o adversário com coragem, teve atitude, tentou sempre jogar "mano-a-mano" e possivelmente perdeu fruto dessa ousadia. A verdade é que muitas equipas que vêm jogar ao campo dos ditos "grandes" optam por uma postura totalmente contrária e na maior parte das vezes saem "vergados" a resultados ainda mais volumosos. Em termos de futebol praticado e audácia, este Olhanense foi das equipas "pequenas" a que mais me impressionou e seguramente que se todas as equipas do seu nível jogassem com este espírito, muito possivelmente teríamos mais gente nos estádios.
Perdeu o jogo, mas acima de tudo este Olhanense foi um belíssimo exemplo de coragem e bom futebol.
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