O F.C Porto venceu esta noite a Académica de Coimbra, em jogo a contar para as meias-finais da Taça da Liga. Um golo solitário de Mariano González valeu assim a passagem a uma final que ficará marcada por mais um "Clássico" entre o F.C Porto e SL Benfica, a ser disputada no "esquecido" Estádio do Algarve.
O golo de Mariano é definitivamente o momento da noite. Numa jogada em que o recém-entrado Ruben Micael prende a bola, Mariano González disfere um pontapé de belo efeito que só pára nas redes defendidas por Ricardo. Este jogador nunca foi consensual entre todos os adeptos e, na minha óptica, um jogador que faz o que ele fez quer contra o Sporting, quer hoje diante da Académica, tem que ter forçosamente talento. O problema creio que é mais de foro emocional. Contra o Sporting, Mariano marca o melhor golo do jogo com um pontapé disferido pelo pé direito, ao passo que o de hoje é com o pé esquerdo...ambos de longa distância. A não ser que seja uma mera coincidência, creio que a "receita" para que Mariano estabilize o seu jogo passa por lhe atribuirem a braçadeira de capitão. Sendo o problema meramente psicológico, o jogador sentir-se-á (com a braçadeira) mais importante para a equipa, crescendo com isso a sua auto-estima e melhorando significativamente o seu nível exibicional. Isto é apenas uma opinião pessoal. Direi mesmo que chega a ser a constatação de uma evidência.
De resto em relação ao jogo jogado, notei uma equipa do F.C Porto com poucas rotinas em alguns sectores (já que alguns dos jogadores utilizados têm pouco tempo de jogo juntos), para lá de algum cansaço (em alguns casos plenamente justificável). Álvaro Pereira foi mesmo o rosto da fadiga de alguns jogadores Portistas, mas nunca deixou de ser "batalhador" e interventivo em todos os lances. Mostrou efectivamente bastante espírito de sacrifício e acabou por fazer uma exibição boa, ainda que em esforço. O seu descanso durante a próxima jornada acaba por vir em boa hora e é mais que merecido. Precisamos do melhor Álvaro contra o Arsenal.
Ainda em relação aos destaques individuais, nota positiva para Nuno A.Coelho (que faz um grande jogo) e para Maicon (que substituiu Bruno Alves e eventualmente até o terá superado em termos exibicionais, no que a este jogo diz respeito). Já Orlando Sá continua um jogador algo "verde" e falha em lances capitais aos quais um ponta-de-lança como Radamel Falcao responderia com golo.
Creio ainda que Jesualdo errou apenas num aspecto. Acho que poderia ter dado oportunidade de jogar ao jovem David Addy, para que este ganhasse algumas rotinas e entendesse os mecanismos da equipa, para que respondesse bem à eventualidade de vir a ser utilizado no sábado diante do Leixões.
Não queria terminar esta minha análise sem fazer ainda duas referências. A primeira está relacionada com o golo "limpo" que foi anulado ao F.C Porto sensivelmente a meio da primeira-parte do jogo. Quanto à minha segunda referência vai, com inteira justiça, para uma Académica que provou que não é mais uma daquelas equipas que usa e abusa do jogo de "autocarro". Apesar do cansaço e de alguma falta de introsamento de alguns jogadores do F.C Porto, esta Académica jogou muito bem, sem receios e conseguiu em determinadas alturas colocar a defesa do F.C Porto em algum sobressalto. O resultado não deixa de ser justo em favor do F.C Porto, mas acho que é mais que justo ressalvar a atitude da Académica, cujo modelo e atitude deveriam servir de exemplo para equipas como a Naval, Paços de Ferreira, Belenenses e outras que se preocupam única e exclusivamente em defender quando vêm a "casa" de um dos ditos "grandes".
Desta equipa da Académica há mesmo jogadores que mereciam "vôos mais altos". A título de exemplo, veja-se a exibição de João Ribeiro que aparenta ser um jogador extremamente tecnicista. É apenas um entre vários jogadores de qualidade que fazem parte da equipa dos "Estudantes".
Terminada a partida, o F.C Porto pode-se orgulhar de ser a única equipa Portuguesa em todas as frentes (Nacionais e Internacionais) ainda que, para mim, esta Taça valha pouco no contexto do futebol Nacional.
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