domingo, 21 de fevereiro de 2010

S.C Braga já sentiu na pele o pulsar deste F.C Porto "revoltado"


O F.C Porto goleou esta noite o S.C Braga por uns "escassos" 5-1, em pleno Estádio do Dragão. Referi de propósito a palavra "escassos", porque dado o desnível entre as actuações das duas equipas, o resultado até que se considera como curto a favor do F.C Porto. O volume de jogo ofensivo do F.C Porto justificaria à vontade um 6-1 ou porventura 7-1, se eventualmente Mariano González tivesse concretizado uma oportunidade flagrante perante Eduardo e se, por exemplo, Belluschi (antes de marcar o seu tento da noite) tivesse tido um pouco mais de sorte num remate cruzado disferido para a baliza Bracarense.

O jogo em si foi acima de tudo como que uma resposta do plantel. Uma resposta a todo um conjunto de injustiças que, manifestamente, têm procurado empurrar o F.C Porto para baixo (e naturalmente outros clubes para cima). Infelizmente para os mal intencionados, o F.C Porto consegue superar esses obstáculos e a avaliarmos pelas recentes goleadas a Sporting (para a Taça de Portugal) e S.C Braga, tem-no feito com distinção.

Antes de proceder aos habituais destaques individuais, confesso que houve um aspecto que me impressionou de um modo geral. O referido aspecto está precisamente relacionado com a total ausência de fadiga, sabendo-se de antemão que aqueles onze jogadores que actuaram hoje de ínicio tinham, a meio da semana, derrotado o Arsenal para a Liga dos Campeões. Aqui ficou essencialmente mostrado o espirito de equipa, de sacrifício e crença de todo um plantel que se "alimenta" de êxitos. Direi mesmo que para lá das nuances tácticas e da estruturação da equipa, esta vitória começou mesmo a ser construída de véspera na conferência de imprensa encabeçada por Nuno Espirito Santo. O discurso proferido por aquele que é um dos lideres de balneário do F.C Porto teve indiscutivelmente impacto no seio do balneário e tal não só se expressa pela exibição e pelo resultado obtido, como inclusive pela reprodução das mesmas declarações, desta feita pela boca de Álvaro Pereira (na habitual flash-interview após o jogo).

E por falar em Álvaro Pereira, creio que podemos começar por destacar a sua exibição que, justamente, foi carimbada por um "golão". O lateral Uruguaio, em combinação com Silvestre Varela, destroçou autenticamente a marcação esforçada de Filipe Oliveira. O já por mim citado Silvestre Varela mostra mais uma vez predicados que o tornam numa das melhores revelações desta campeonato, aumentando à sua marca duas assistências primorosas para golo. Raul Meireles e Falcao foram os "felizes contemplados".

Aos poucos lá vou fazendo os destaques individuais mas perante demonstração de tamanha força colectiva, torna-se cada vez mais dificil particularizar no que concerne aos "heróis" do jogo. Para lá de Álvaro e Varela, houve um grande Ruben, um Meireles muito mais solto e a habitual veia concretizadora de Radamel Falcao (que ficou a apenas um golo de Cardozo, diga-se). Nota positiva ainda para o já mais que merecido golo de Belluschi (depois de, nesta época, já ter visto a trave negar-lhe por seis vezes o golo) e, contas feitas, creio que fica feita a história do jogo.

Foi um jogo "à Porto", onde ficou provada qual a melhor equipa deste campeonato. Lembro que o Braga era apenas e só, até ao momento, a melhor defesa da Europa e tal distinção não impediu que a sua equipa fosse autenticamente "engolida" no Estádio do Dragão.

Um aparte ainda para a consumação da suspensão a Hulk. É definitivamente uma vergonha como funciona a justiça desportiva. Para lá de toda esta demora em torno do processo (sendo certo que o sr.Ricardo Costa o considerou célere), penso que não havia motivo para todo este "folclore" da parte do presidente da CD da Liga, como que a justificar-se perante a acção disciplinar que foi instaurada aos dois jogadores Portistas. Aliás, no meu entender, é um acto de manifesta hipocrisia quando o sr.Ricardo Costa, depois de ter sido o "Lobo", veste a pele de "cordeiro" e declara que as penas são desproporcionais. Afinal de contas só mesmo neste futebol é que um Steward é considerado como um agente desportivo e, aparentemente, o acto de agressão a um destes elementos (que mesmo perante um cenário de provocação é, obviamente, condenável) é mais grave do que uma agressão descontrolada a um adversário dentro de campo (que pode ir no máximo até dez jogos). Comparemos o castigo de Hulk e o de Pepe. Não creio que Pepe tenha sido mais brando na forma como lidou com o seu descontrolo. Aliás, agrediu "bárbaramente" um adversário e apenas apanhou dez jogos (punição que não lhe retirou a possibilidade de estar presente no Mundial 2010...e ainda bem). Já Hulk corre sérios riscos de não estar presente em tão prestigiada prova. A sua possível chamada estará muito dependente daquilo que ele fizer na "Champions" e do que este possante avançado Brasileiro conseguir fazer nos últimos três jogos do campeonato. Isto, para um jogador que ainda este ano tinha sido convocado para a selecção pela primeira vez, é como que um grande "balde de água fria". Assim se consegue perturbar a carreira de um jogador que estava a ganhar cada vez mais estatuto e importância no F.C Porto e, por conseguinte maior notoriedade no Brasil.

Gostei do espirito com que toda a equipa lidou com estas suspensões (não só de Hulk, como de Sapunaru) e convenhamos que todas estas polémicas são como que "gasolina" para este F.C Porto.


P.S: Uma curiosidade para o facto dos ditos "grandes" (acho que este ano o Braga pode ser considerado como tal) terem sido vitimas da "chapa 5" do F.C Porto. A ver vamos se terá continuidade...

"Nós somos Porto!"

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