quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Beto, a baliza do F.C Porto é tua!


Antes de mais, este jogo fica marcado por um "herói improvável". Falo de Beto.

Honra seja feita a este "enorme" guarda-redes Português que tem aceite a titularidade de Helton com naturalidade, humildade e trabalho, mesmo quando os erros do guardião Brasileiro justificariam uma mudança. Hoje foi apenas a confirmação daquele que, na minha opinião, é o mais completo guardião Português.

Já Jesualdo, neste jogo, não merecia outro resultado que não fosse a eliminação. É manifestamente frustrante ver a forma como este treinador, jogo após jogo, comete os mesmos erros, utiliza as mesmas estratégias sem nexo e coloca o resultado dependente de um lance fortuito obtido por via do agora habitual "chuveirinho".

Isto, como é óbvio, tolhe o rendimento da equipa. Sinceramente, já tive oportunidade de referir inúmeras vezes que o plantel do F.C Porto em termos de opções é excelente. Porventura faltar-nos-ia um defesa-esquerdo para alternar mediante a eventual indisponibilidade de Álvaro Pereira. No entanto, mesmo nesse particular, se fomos a analisar o plantel do ano passado e o actual, Cissokho também por esta altura era o único defesa-esquerdo no plantel.

Do jogo propriamente dito, gostaria de destacar para lá da exibição "heróica" de Beto, a excelente performance de C.Rodriguez e a mais recente "Falcao-Dependência".

Este ponta-de-lança Colombiano é verdadeiramente um jogador fantástico. Tem muita garra, muita mobilidade e uma eficácia ao nível dos melhores pontas-de-lança a actuar no continente Europeu.

No entanto, com o actual sistema táctico de Jesualdo Ferreira, esta equipa está sistematicamente à espera que Falcao lhe resolva todos os problemas. O meio-campo, como já tive oportunidade de referir, deveria mudar já que o sistema de três médios está ultrapassado. A inclusão de Ruben Micael no plantel (e ao que se prevê, no "onze") deveria ser motivo mais que suficiente para que o sistema mudasse para um 4-4-2 que tão bons resultados nos trouxe há seis anos atrás.

Com Fernando, Meireles e Micael a jogar nas costas de Belluschi, o F.C Porto definitivamente colocaria o "maestro" Argentino naquela que é a sua posição natural e, à imagem do que sucedeu na equipa do nosso "rival" (em particular, a Pablo Aimar), o seu rendimento concerteza que subiria substancialmente.

Costuma-se dizer que estas vitórias mais difíceis são aquelas que melhor "sabem". No entanto, confesso que me causou alguma frustração ver Jesualdo a precisar ganhar vantagem no marcador e a retirar Valeri para meter Farías (ora se até à altura o meio-campo não funcionava, era a retirar mais médios que este iria funcionar?) e, posteriormente, a tirar um lateral extremamente ofensivo (Fucile) para colocar um jogador como Guarín (mais de força e contenção).

Estas foram precisamente as mesmas alterações que Jesualdo fez diante do Paços, cujo resultado final foi o que se viu (independentemente dos "roubos de Catedral"). A equipa ao ver o número de avançados aumentar, mas o número de médios a reduzir, está efectivamente a convidar ao "chuveirinho". Isto porque, efectivamente, o "buraco" entre meio-campo e ataque tende a aumentar e de que forma.

Digo e repito que não considero que faltem jogadores ao F.C Porto (muito menos agora com a chegada do novíssimo Ruben Micael). Acho é que a SAD Portista ao esbanjar dinheiro em grandes jogadores (porque não dúvido por um minuto que Álvaro, Falcao, Varela, Ruben Micael e Belluschi o sejam) para satisfazer os "caprichos" de Jesualdo, é como quem dá "pérolas a porcos".

Jesualdo "atrapalha-se" no meio de tanta matéria prima e, a meu ver, o excesso de qualidade em determinados sectores pode ser um problema ainda maior que a escassez.

Em todo o caso, nota-se também neste F.C Porto a falta que Hulk faz.

A equipa precisa acima de tudo de um suplemento de confiança e, a meu ver, a reentrada de Hulk no "onze" poderia voltar a empurra-la para exibições mais consistentes.


Uma nota ainda para a óptima exibição do Belenenses que, apesar de todas as limitações, mostrou valor e mostrou um ponta-de-lança que, se jogasse sempre assim, bem jeito faria a muitas equipas.

Termino este meu artigo, como o comecei: A partir deste momento a baliza tem novo "dono", Beto.


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