quarta-feira, 17 de março de 2010

Ordem para arrumar a casa...


As últimas notícias que têm saído no que ao F.C Porto diz respeito, remetem para a mais que previsível redefinição da estrutura do departamento de futebol do clube.

Foi com bastante agrado que vi hoje, no jornal OJOGO, a possibilidade de integrar Pedro Emanuel na estrutura técnica Portista da época que se avizinha.

A equipa este ano padece, claramente, de uma voz de comando e não parece que B.Alves seja o portador indicado de uma "mística" que vem resistindo de ano para ano.

Já aqui foi referido que tanto B.Alves como R.Meireles não estão "de corpo e alma" no F.C Porto e, como tal, é natural que grande parte dos jogadores que entraram esta época no clube, não estejam devidamente identificados com a realidade e dimensão de um clube com pergaminhos por essa Europa fora.

Falta nitidamente uma voz de comando e, como tal, não tenho a menor das dúvidas que a inclusão de Pedro Emanuel como elemento de importância acrescida (sobretudo no balneário), pode ser um pequeno (grande) passo para o sucesso.

Afinal de contas estamos a falar de um ex-jogador com muitos anos de F.C Porto. Ao longo de variadíssimas épocas com a camisola "azul-e-branca", Pedro Emanuel (à imagem de, por exemplo, Vitor Baía) ganhou tudo. Taça UEFA, Liga dos Campeões e Taça Intercontinental são apenas três dos principais títulos que marcam a carreira de um ex-jogador que se pode ainda orgulhar de ter ganho cinco campeonatos nacionais. Indivíduos como Pedro Emanuel, Vitor Baía e, por exemplo, Jorge Costa, praticamente não existem nos dias de hoje no futebol. E é nesse sentido que apostar neste ex-jogadores para os mais diversos cargos por preencher no clube, é absolutamente fulcral para reiniciar um trilho de vitórias.

A título de curiosidade, Pedro Emanuel até já tem uma experiência bem sucedida no seu primeiro ano enquanto treinador dos juniores B do F.C Porto (Sub-17). A equipa que é por si orientada neste preciso momento tem, nada mais nada menos que 116 golos marcados (melhor ataque da prova) e apenas 9 golos sofridos (melhor defesa da prova).

Obviamente há que salvaguardar que Pedro Emanuel não pode nem deve ser o técnico principal da equipa do F.C Porto (porque um ano como treinador dos juniores B é ainda um curriculum muito "curto" para poder assumir um cargo de tal responsabilidade), no entanto se porventura o F.C Porto tiver na predisposição de optar por um técnico de nacionalidade Portuguesa, creio que as escolhas mais óbvias têm de passar por homens que passaram por esta casa e rubricaram anos "dourados" de Dragão ao peito.

Durante a semana passada, outra das boas notícias para os lados do Dragão foi precisamente a renovação de contrato com Ukra (extremo do F.C Porto emprestado à Olhanense). É claramente um sinal que o jogador (finalmente!) fará parte dos quadros do F.C Porto para a próxima-época.

O mesmo caminho deverá seguir o seu actual companheiro de equipa, Castro, cujo potencial já é mais que reconhecido e merecedor de uma oportunidade a sério com a camisola Portista.

Aparentemente esta época (onde ainda há dois troféus em disputa), é uma época de transição e espero eu que mude um pouco a forma como o F.C Porto tem construido os seus plantéis. É certo que nos últimos três anos tivemos sempre grandes equipas, este ano também temos grandes jogadores, no entanto existem alguns dos jogadores que compõem o actual plantel, que não cumprem os requisitos necessários para um clube com objectivos bastante elevados.

A incontornável incompetência de Jesualdo Ferreira, embora não sendo o único motivo para o insucesso que tem pautado esta época (até porque os castigos e a escolha de alguns jogadores também abalou a estrutura Portista), é de longe o principal motivo. Veja-se, a título de exemplo a temporada de 2006/07 (na qual o F.C Porto foi campeão com apenas 1 ponto de avanço do segundo classificado e foi eliminado da Taça de Portugal, em casa, pelo modesto Atlético). Ora na referida temporada o F.C Porto tinha no seu plantel nomes como Vitor Baía, Helton, Fucile, Bosingwa, Pepe, B.Alves, P.Assunção, Lucho, Anderson, R.Meireles, Ibson, Quaresma e até Lisandro. Ora, como se pode verificar, o que fez o F.C Porto ganhar tão pouco numa época em que podia ganhar muito, foi sem margem de dúvidas a falta de critério e de organização de Jesualdo Ferreira. O seu modelo foi ficando ano após ano cada vez mais "gasto" e neste momento é na sua sucessão que reside a razão de sucesso para as temporadas que se avizinham.

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