domingo, 14 de março de 2010

F.C Porto passa "exame" com nota de 9.5 valores...


Foi um F.C Porto "q.b" aquele que se apresentou perante os pouco mais de 5000 adeptos presentes no estádio Municipal de Coimbra. Numa primeira-parte totalmente inoperante, inconsequente e mal jogada da parte dos Dragões, foi a Académica que se adiantou no marcador também sem que nada o justificasse. O golo, esse, foi obtido da marca de grande penalidade, numa falta que apenas João Capela foi capaz de descortinar.

Dessa grande penalidade resultou um cartão amarelo para B.Alves e, minutos mais tarde, seria o capitão Portista a reestabelecer a igualdade no marcador com que as equipas, entretanto, reconheram às cabines.

Foi, ao fim e ao cabo, uma primeira-parte muito "pobre" e aparentemente tudo indicava que o empate tenderia a arrastar-se até ao final da partida, a não ser que na segunda-parte alguma das equipas alterasse bastante a sua postura (até então bastante passiva no jogo). E assim foi. Na segunda-parte, ainda que sem fazer um jogo muito bom, o F.C Porto surgiu de "cara lavada" e com maior disponibilidade de alterar o rumo dos acontecimentos. A Académica, por seu turno, deu continuidade à sua postura calculista e defensiva, culminada com as habituais quedas teatralizadas dos seus jogadores (quedas essas que, subitamente, deixaram de existir assim que o F.C Porto alcançou o 1-2 com que o jogo viria a terminar).

No plano global, a equipa esteve toda ela uns bons furos abaixo daquilo que é na realidade o seu verdadeiro potencial. A meu ver, houve apenas três jogadores que jogaram bastante bem, entre os quais destaco Miguel Lopes (que me parece um lateral-direito que, embora tenha algumas lacunas sobretudo no capítulo dos cruzamentos, compensa e bem com a raça e atitude que coloca em campo), Belluschi (que regressou à equipa e deu uma resposta bastante positiva, ao ponto de ter sido o jogador mais rematador do lado do F.C Porto) e C.Rodriguez (que, na minha perspectiva, é um daqueles jogadores que cumpre todos os requisitos para ser indiscutível em qualquer dos "onzes" escalonado por Jesualdo Ferreira).

Este jogo serviu também para constatar que, hoje em dia, Jesualdo Ferreira é um treinador desnorteado e sem "pulso" na equipa. Primeiro disse, no seguimento do jogo em Londres, que Nuno A.Coelho jogou muito bem. Ora, se jogou assim tão bem, porque razão não houve continuidade na sua aposta face à ausência de Fernando?

A forma como Jesualdo estruturou o "onze" para o jogo de ontem (ainda que tenha sido, a meu ver, a mais correcta), contradiz estas declarações em torno do rendimento de Nuno A.Coelho no último jogo a contar para a Champions. Jesualdo procurou, desta feita, calar os críticos "atirando" um pouco de "areia" para os seus olhos.

Por outro lado, outro dos sinais do desnorte de Jesualdo Ferreira, assistiu-se ontem ao minuto 3:16 do período de descontos, na segunda-parte. O jogo estava prestes a terminar (recordo que o árbitro tinha anunciado 4 minutos de compensação), e eis que precisamente ao minuto 3:16 do referido período de compensação, Jesualdo Ferreira manda David Addy (promissor lateral-esquerdo Ganês) despir o fato de treino para entrar na partida. Como é óbvio e, ainda que o jovem lateral tenha tido tempo de se preparar para entrar em campo, a escassez de tempo assim não o permitiu e digamos que Jesualdo obrigou Addy a fazer aquilo a que vulgarmente chamamos "figura de Urso".

Eu, pessoalmente, se fosse jogador sentir-me-ia um pouco indignado numa situação idêntica. Quando o jogo estava ganho, quando o resultado estava perfeitamente controlado, o que deu na cabeça de Jesualdo para mandar um jogador tirar o fato de treino para entrar a 44 segundos do apito final?

Este e muitos outros são apenas alguns dos atestados de incompetência que têm pautado a gestão do plantel de Jesualdo Ferreira ao longo das últimas épocas e, em particular, na presente temporada.

Por fim, uma nota ainda para o estado de ansiedade com que a equipa se debate neste momento. A título exemplificativo veja-se a forma intempestiva como que B.Alves comemorou o seu golo (que, pelo que percebi, insultou os jogadores da Académica com termos não muito correctos). A par desta reacção descontrolada de B.Alves, destaco ainda ao falhanço da grande penalidade (mesmo no final da partida) por Radamel Falcao. Afinal de contas estamos a falar de um ponta-de-lança "frio" e letal, daí que tenha sido de estranhar todo o seu aparente nervosismo num momento em que o F.C Porto tinha o jogo mais que resolvido. Ao fim e ao cabo, a falta de confiança e a ansiedade com que Radamel Falcao avançou para a marcação da grande penalidade, é reflexo do "estado sobre brasas" em que a equipa, infelizmente, se encontra.

Uma última nota ainda para a Académica e, em particular, para o "José Mourinho Júnior".

Tem sido com alguma persistência (e em particular no decorrer desta semana), que o nome de André Villas-Boas tem sido colocado pela imprensa como potencial substituto de Jesualdo Ferreira. Ora, posso estar até enganado, mas não creio que André Villas-Boas tenha "tarimba" e pulso o suficiente para lidar com um "avião desta dimensão".

A imprensa desportiva Nacional é "perita" em criar estrelas e "mitos" onde eles não existem e, na minha perspectiva, não creio que o facto de André Villas-Boas usar fatos da Armani, de usar a barba por fazer há três dias e por ter um discurso arrogante à imagem do seu "mestre", faça dele um novo José Mourinho. A Académica, se bem me recordo, pouco mais do que um remate fez à baliza do F.C Porto. Foi uma equipa que se preocupou excessivamente em "queimar tempo" (teatralizando várias quedas e lesões antes do 1-2) e em actuar com os blocos excessivamente baixos na "caça do pontinho".

Espero, sinceramente, que Villas-Boas não seja o "escolhido" para a próxima época. Caso contrário será "mais do mesmo"...

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