sábado, 6 de março de 2010

Mais do mesmo...


O F.C Porto volta a "tropeçar" para o campeonato, em casa e diante da Olhanense, comprometendo desta feita o acesso à Liga dos Campeões na próxima época. A pergunta que neste momento estará na cabeça dos adeptos do F.C Porto, nos quais eu obviamente me incluo é: O que se passa com este F.C Porto?

A primeira-parte foi tenebrosa. A Olhanense marcou aos 13 e 16 minutos (por Djalmir) e o F.C Porto não foi capaz de esboçar, sequer, uma reacção. A atitude (ou a falta dela) neste jogo foi como que um "dejá vu" sobre o que se havia passado em Alvalade no Domingo passado.

Por muito que a boa vontade de Helton o faça dizer que a equipa não "atira a toalha ao chão", por muito que Jesualdo diga que ainda há "metas" a atingir no campeonato (sem, no entanto, as identificar), creio que a generalidade dos adeptos já percebeu que o título que não nos vem "fugindo" desde há quatro anos para cá, neste momento não passa de uma "miragem".

O jogo de hoje serviu acima de tudo como comprovativo de dois aspectos. Do brio e profissionalismo dos jogadores e treinador da Olhanense (contra algumas "más linguas" da comunicação social) e da falta de ideias de Jesualdo Ferreira.

Olhando bem para aquilo que foram as prestações individuais das duas equipas, pergunto-me a mim mesmo o que faz de Guarín melhor jogador do que Castro e o que faz de Mariano melhor jogador do que Ukra. Sou e sempre fui a favor da entrada de bons jogadores na equipa (independentemente da sua nacionalidade), mas é com algum espanto que vou vendo jogadores como Castro e Ukra (para lá de jogadores como Paulo Machado e Vierinha) a serem preteridos de um plantel, para abrirem vaga a "contentores de Sul-Americanos". Como é óbvio estou a generalizar, porque apesar de tudo jogadores como Hulk, Falcao, Rodriguez, Álvaro (...) são sempre benvindos, apartir do momento que acrescentem algo à equipa (como é o caso).

Com as contas do campeonato já definidas (isto no que concerne à classificação do F.C Porto que, aparentemente, não será nada mais que o terceiro lugar), os objectivos estão focalizados essencialmente nas duas Taças e na Liga dos Campeões.

A propósito da Liga dos Campeões, o próximo confronto em Londres é já na próxima terça-feira. Para dizer verdade não estou nada optimista e se porventura a equipa se apresentar com este nível exibicional, já não peço que não perca. Peço apenas que se tiver de perder, que o faça com honra e dignidade que a instituição F.C Porto merece.

Em condições normais a minha margem de optimismo seria substancialmente maior, mas a questão que se coloca é que a equipa está muito longe de apresentar as ditas condições normais.

Apesar de todo o meu pessimismo em relação ao jogo de terça-feira, confesso que também nada me espantaria se o F.C Porto se transfigurasse em qualquer coisa como dois dias. O prestígio, mas acima de tudo o "prize-money" inerente a estas competições é como que combustível para muito da boa gente que veste aquela camisola.

Poderia porventura estar a detalhar ao máximo, mas penso que há casos por demais evidentes. Desde logo Bruno Alves. Atente-se apenas na sua abordagem (com total ausência de "agressividade" e concentração) no lance do segundo golo. Como é possível a equipa ser apanhada numa situação de dois para um, com Bruno Alves praticamente arredado da jogada?

Este tipo de comportamentos tem sido comuns em jogadores como o B.Alves e o próprio R.Meireles. Possivelmente o facto de lhes ter sido atribuida a responsabilidade de "capitão" de equipa, aumentou-lhes o ego e deixaram de ser aqueles profissionais dedicados e esforçados que vinha sendo habitual. O caso de R.Meireles é mesmo sintomático. Quando havia Lucho no meio-campo do F.C Porto, Meireles fazia todo o trabalho de "formiga". Era um autêntico "sub-alterno" a Lucho, daí que só com muito trabalho conseguia ficar com "parte dos louros" que, na sua maioria, eram atribuidos a El Comandante.

Hoje, Lucho já não está no F.C Porto e R.Meireles mentalizou-se que seria ele o "novo Lucho" e que todos os centrocampistas que o acompanham, teriam de trabalhar para que ele podesse brilhar. Tal não acontece (até porque a meu ver há médios no F.C Porto com qualidade técnica superior a Meireles) e, por consequência cria-se um clima de mau estar e instabilidade.

Se houvesse um pouco de brio e seriedade de Jesualdo Ferreira, acho que hoje já haveria um pretexto que justificasse o abandono do cargo de técnico do F.C Porto (levando com ele o seu adjunto que, a meu ver, apenas lá anda para "levar o dinheiro" à SAD Portista). Muitas vezes existe uma tendência dos Portugueses defenderem os treinadores da sua nação, alegando que os ditos "estrangeiros" só optam por treinar clubes Portugueses apenas pelo aspecto financeiro, mas recordo o acto de hombridade de Camacho quando abandonou o SL Benfica. Não cobrou indeminizações, mas teve a lealdade e respeito para com toda a estrutura do clube, reconhecendo que não estaria à altura das exigências. Jesualdo, como porventura não arranjará outro "tacho" como este, tende a "agarrar-se" ao lugar com "unhas e dentes".


P.S Não queria terminar este meu (longo) post, sem antes fazer referência a dois últimos aspectos. O primeiro de todos foi a atitude da claque do F.C Porto (sem dúvida a "melhor em campo). Desde o princípio ao fim não deixaram de apoiar e mostraram o espírito do verdadeiro adepto. O ambiente estava a ficar "pesado" no Estádio do Dragão, mas é para isto que servem as claques e daqui vai o meu aplauso para eles.

Outro aspecto que queria referir (e este é sem dúvida o mais negativo), está relacionado com a "má fé" e provocação com que um jornalista abordou Jorge Costa, questionando-o "porque razão não festejou os golos?". Parece que neste momento já não existe apenas parcialidade na arbitragem. A parcialidade, o "mau gosto" e a provocação estendeu-se agora para o jornalismo. Jorge Costa teve classe e não baixou ao nível que possivelmente o jornalista pretendia. Agora sim percebo porque razão Scolari já chegou a "vias de facto" com um jornalista. Há quem mereça...

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