terça-feira, 5 de outubro de 2010

Acidente de percurso...


O F.C Porto teve hoje o seu primeiro deslize na presente época, diante de um Vitória de Guimarães que ainda não tinha perdido qualquer jogo perante o seu público.

O resultado final foi 1-1, tendo Hulk sido o autor do golo solitário dos "Dragões" (aos 30 minutos da primeira-parte).

Neste jogo há muitos destaques a fazer (ora pela positiva, ora pela negativa). Para começar, creio que o resultado final deste jogo não pode nem deve colocar em causa todo um percurso que vem sendo criteriosamente e eficientemente traçado pela equipa Portista. Nota-se perfeitamente que mesmo em momentos do jogo complicados a equipa mantém a sua identidade e o seu modelo de jogo, pelo que a percentagem de sucesso no final da cada jogo é tendencialmente maior para o lado dos Portistas.

Para começar a análise nesta partida, eu destacaria os primeiros 20 minutos da primeira-parte. Durante este período de jogo o Vitória de Guimarães foi absolutamente "engolido". O F.C Porto pura e simplesmente fixou-se no meio-campo Vimaranense e as oportunidades foram aparecendo com alguma naturalidade.

A resposta Vimaranense iria ocorrer poucos minutos mais tarde, quando Toscano falha (incrivelmente) o primeiro golo do jogo.

Olhando para este lance e estendendo a minha análise para aquilo que foram os 90 minutos, eu direi que o Vitória de Guimarães só teve duas "aparições" na partida (dignas de registo, pois claro). Refiro-me a este lance de Toscano e ao golo de Faouzi.

Curiosamente e se olharmos ao desenrolar desses dois lances, há um aspecto em comum - o excesso de confiança quer de Álvaro Pereira (no primeiro lance) e de Fucile (no segundo lance).

De resto e olhando para a forma como o F.C Porto actuou nos 90 minutos, seria expectável e perfeitamente justificável a vitória. Na primeira-parte Hulk marca um golo soberbo e Moutinho vê Nilson negar-lhe o seu primeiro golo com a camisola dos Dragões.

Logo no reatamento do jogo (na segunda-parte), João Moutinho dispõe de nova oportunidade perante Nilson, oportunidade essa que precedeu chances como as de Falcao e Álvaro Pereira.

Em suma, o F.C Porto fez uma exibição boa na primeira-parte e não tão boa na segunda-parte. Estes dados levam-me a concluír que possivelmente o grande adversário deste F.C Porto para a presente época é o próprio. O excesso de confiança na forma como se abordaram determinados lances ditou o resultado final e é nesse aspecto que o trabalho de Villas-Boas deve incidir.

Continuo (como não poderia deixar de ser) convicto que o F.C Porto está a praticar o melhor futebol em Portugal, pelo que este resultado apenas terá sido um pequeno precalço num caminho que se antevê recheado de sucesso (pelo menos assim o espero).

Ainda no que diz respeito à já por mim referida excessiva confiança de alguns jogadores Portistas, eu destacaria em particular Varela que hoje pura e simplesmente "não esteve em campo". Possivelmente André Villas-Boas deveria ter iniciado o jogo com C.Rodriguez que nos jogos Europeus tem dado boas indicações tendo em vista a obtenção da titularidade na equipa.

Quanto a André Villas-Boas queria apenas deixar mais um "senão". Para além de discordar com o seu discurso na flash-interview (foi algo desajustado, uma vez que Fucile é bem expulso e não houve qualquer penalty a favor do F.C Porto), causa-me alguma confusão a constante alternância de centrais na equipa do F.C Porto. Eu percebo que a dificuldade de escolher uma dupla com três grandes jogadores seja complicada, no entanto pelo que conheço do jogador e por aquilo que já o vi fazer com a camisola Portista, creio que André Villas-Boas deveria "fixar" Otamendi como "patrão" da defesa e aí sim, alternar entre Maicon e Rolando como o segundo central.

É óbvio que nem Rolando, nem tão pouco Maicon tiveram quaisquer culpas no golo do Vitória de Guimarães (aliás, até gostei da exibição de ambos), no entanto acho que Otamendi tem o perfil ideal para assumir o lugar de "patrão" do eixo defensivo "azul-e-branco".

Relativamente à arbitragem e depois de ter feito aqui referência à minha discordância em relação às declarações "a quente" de André Villas-Boas, gostaria de destacar aqui um erro gravíssimo (desta feita do "bandeirinha"), quando assinalou um fora-de-jogo a Falcao (88 minutos), num lance em que o Colombiano por certo não iria desperdiçar (aliás, daria um golo muito semelhante ao que o próprio marcou em Sófia ainda esta semana).

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