domingo, 2 de janeiro de 2011

Tanta gestão resultou em indigestão


Não sou muito apologista das paragens de Inverno no campeonato. Normalmente os jogadores vêm com os índices de intensidade competitiva um pouco mais abaixo, com a cabeça nas suas terras natal e, por consequência, os resultados não são os mais desejáveis. Foi um pouco isso que sucedeu hoje no Estádio do Dragão, diante de um Nacional da Madeira muito fechado.

O F.C Porto fez uma primeira-parte apagada. As linhas de passe eram praticamente inexistentes e a criação de potenciais jogadas de perigo esbarravam no individualismo excessivo de Hulk.

Na segunda-parte o F.C Porto apareceu melhor. Conseguiu subir a intensidade de jogo, esteve constantemente em cima do adversário e após um golo obtido por Hulk (na sequência de uma grande penalidade inquestionável), Anselmo reestabeleceu a igualdade, com Kieszek a ficar mal na fotografia.

Minutos mais tarde e numa jogada em que Sereno teve responsabilidades acrescidas, Anselmo bisa e interrompe a histórica série vitoriosa do F.C Porto, sob o comando de André Villas-Boas.

Mais cedo ao mais tarde o F.C Porto iria perder algum jogo (fosse na Taça da Liga, ou até no campeonato) e quis o destino que esse jogo fosse o de hoje. Felizmente foi na Taça da Liga (uma competição cuja importância dada por grande parte das estruturas directivas dos clubes da Liga é pouco mais do que nula) e foi, a meu ver, resultado de uma excessiva gestão de André Villas-Boas.

Porquê colocar Sereno quando se tem Maicon no banco? Porquê não convocar Fernando e sobretudo Varela, que ontem treinaram sem limitações?

Estas são no fundo algumas questões que podem justificar o insucesso do jogo de hoje mas que jamais colocaram em causa todo o trabalho que vem sendo (muito bem) feito por André Villas-Boas.

Na partida de hoje, eu destacaria Freddy Guarín que fez um jogo fantástico. Pleno de entrega, força e objectividade. Foi o jogador mais esclarecido dos que tiveram em campo, mas insuficiente para levar a equipa a bom porto.

Quanto às opções do plantel de Villas-Boas e em jeito de balanço (já que estamos num mês onde o mercado futebolístico está em aberto), eu penso que há pequenos ajustes a ser feitos no plantel.

No meu ponto-de-vista Sereno deveria ser emprestado (sempre fiz questão de referir que foi o reforço que menos me agradou) e acho que Ukra deveria permanecer no plantel, em detrimento de C.Rodriguez.

C.Rodriguez chegou há duas épocas naquela que foi uma das mais mediáticas transferências do defeso de Verão, mas está longe de justificar os 135 mil euros/mês que aufere ao serviço do F.C Porto (ao que se consta é esse o seu ordenado mensal). É um jogador com talento, sem dúvida, mas desde a época passada tem perdido preponderância para Varela (e mais recentemente para o míudo James) fruto das sucessivas lesões das quais tem sido vítima, sobretudo ao serviço da selecção do seu país.

A sua impulsividade e a forma como reage perante certas situações durante o jogo, tem funcionado um pouco contra si mesmo (já foi, salvo erro, por duas vezes expulso esta temporada) e, como tal, uma boa oportunidade de negócio não seria de recusar.
Relativamente a potenciais entradas, penso que o F.C Porto poderia apostar num terceiro avançado (um pouco à imagem do tal "pinheiro" que Paulo Sérgio vem pedindo à direcção do Sporting).

Em suma, desejo que esta derrota seja apenas um "acidente de percurso" que sirva acima de tudo para que a equipa reinicie um novo e brilhante ciclo vitorioso.

Sem comentários: