quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Orgulhosamente únicos!


Depois do Real Madrid de José Mourinho ter sido "despachado" pelo Barcelona com uma mão-cheia de golos, depois do Manchester Utd. ter sido goleado pelo West Ham, apenas o F.C Porto resistia enquanto equipa invicta no futebol europeu.

Sob o comando de André Villas-Boas (treinador esse que, segundo Luis Filipe Vieira, foi contratado "à pressa"), o F.C Porto tinha hoje nova "prova de fogo" ao seu estatuto de invencibilidade. Tal prova foi superada com brilhantismo e eficácia, tudo graças a um "hat-trick" de Radamel Falcao.

Foi um jogo especial. O F.C Porto voltava a um palco onde já foi feliz - e quem não se recorda das façanhas de Madjer e Juary ao poderoso Bayern? - com condições extremamente adversas. O campo estava coberto de neve e certamente que pela cabeça dos Portistas terá passado a célebre final em Tokyo diante do Penãrol (também ela em 1987).

O jogo até nem começou muito bem para os Dragões, que nos primeiros minutos denotaram alguma dificuldade em adaptar-se às condições extremas do relvado (e recorde-se que foi debaixo de condições semelhantes que a "Juve" foi eliminada ainda ontem, diante do Lech Poznan). Os Aústriacos, sem que nada o justificasse, conseguiram chegar à vantagem no marcador, no seguimento de um lance onde foi notória a falta de comunicação momentânea entre Otamendi e Helton.

Otamendi, poucos minutos mais tarde acabaria por se "redimir", ao servir brilhantemente Falcao para o 1-1. O resultado não era o mais justo (já que o F.C Porto na primeira parte ainda dispôs de duas oportunidades de Varela e de uma de Falcao), mas efectivamente foi assim que as equipas recolheram às cabines.

Na segunda-parte mais do mesmo. O F.C Porto entrou dominador, pressionante, mas as condições do relvado impediam a livre e criteriosa circulação de bola que o F.C Porto nos tem habituado a fazer.

No entanto Falcao voltou a mostrar o porquê de ser uma ameaça terrível às defesas contrárias e, na sequência de duas "bombas" de Hulk (um cruzamento e um remate frontal), o Colombiano voltou a facturar já dentro dos 10 minutos finais.

Foi uma grande vitória. Uma vitória que atesta a categoria e classe de uma equipa superiormente orientada que, mesmo em condições adversas, consegue encontrar o melhor caminho para alcançar o sucesso colectivo.

No meu ponto-de-vista, a par desta vitória, existem mais três que são sem margem de dúvida o maior atestado de competência quer da equipa, quer do treinador. Refiro-me precisamente à vitória em Coimbra (no célebre "dilúvio", diante da Académica), à vitória expressiva diante do Benfica e à vitória por 1-3 em solo Turco, diante do Besiktas (jogo em que o F.C Porto conseguiu marcar dois golos com apenas dez jogadores em campo, número esse que viria ser ainda mais reduzido após expulsão de Fernando).

Hoje, como é óbvio, a equipa e o treinador estão de parabéns mas, no meu ponto-de-vista e para lá do destaque óbvio a Falcao, não há como não destacar as excelentes prestações de Freddy Guarín, Moutinho, Fucile e Hulk.

O F.C Porto continua, assim, com a "cabeça a prémio".

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